quarta-feira, 27 de março de 2013

Obra Prima


Minha obra prima... Sei que você não pode me ouvir mas, por favor, aceite minha confissão, minha oferenda. Você não me conhecia, mas eu te conheço há muito tempo. E eu não sei se eu deveria dizer isso, mas ... Eu te amo.



Eu te amo tanto, que eu construí todo um mundo para você, para que você possa viver  para sempre. Um reino para uma deusa. Eu o concebi apenas depois que eu a vi em sua mais perfeita forma.

Acredite! Eu não estou bravo com você, nem magoado. Sei que você rejeitou meu amor por estar confusa, talvez por eu ter tomado a iniciativa de me declarar inadvertidamente. Eu sei, o amor as vezes assusta.

Quando eu te empurrei da sacada não foi de raiva, eu não queria, mas você está destinada a ser minha. Você não vê?

Eu desci correndo desesperado com medo de perdê-la. Mas quando te alcancei percebi que você era a minha deusa da beleza e da perfeição.



Você estava tão bonita ali, com seus olhos sonhadores ternamente fechada. Sua pele quase translúcida, que parecia estar ficando mais e mais pálida a cada segundo. A forma como os seus membros foram torcidos, delicadamente mutilados nas articulações para formar uma visão tão sobrenatural de vulnerabilidade...

Oh, que deve ter sido uma queda tão longa. Não só o edifício possuir altura incrível, mas eu sei como o mais glorioso dos anjos deve cair mais longe. Oh, meu anjo. Meu anjo se contorceu no chão. Sua carne macia havia sido raspado apenas nos lugares certos, revelando a formação artística de seu corpo interno, as curvas e formas de seus ossos.

Ninguém jamais poderia apreciar tal visão, apenas eu, o escolhido! Eu admirava a curvatura do seu pescoço, inclinado num perfeito angulo 90 graus para a direita e um pouco torcido para trás leve e delicado.

Assim que eu te vi em sua divina forma, eu precisava chegar mais perto, tocar você. Eu tremia em antecipação enquanto meus dedos deslizavam para baixo do seu sagrado corpo, certo de onde ele já estava começando a se dividir. Ele surpreendeu-me com emoção, fazendo-me pensar a cada segundo no seu gracioso voo.



E eu te carreguei... Não se preocupe, eu fui cuidadoso, certificando-me de que não danificaria o que restou de seu corpo. Alguns fragmentos do seu crânio caíram no caminho, mas eu era rápido e os coletava e os colocava para dentro. Não se preocupe, você ainda estava em uma peça quando eu trouxe para casa. Eu te trouxe para colocar na minha cama, com os braços quebrados cruzados sobre seu peito.

Você parecia com os corpos bonitos em contos de fadas antigos. Ainda mais quando eu te vesti com o vestido de casamento da minha mãe. Corri em meu estúdio e peguei meus materiais. Já os tinha separado a muito tempo, pensando nesse momento crucial!

Uma grande tela, arames, pregos, resinas, conservantes, formol e materiais químicos

Então te transformei em minha obra prima, um quadro eterno e perfeito de sua divindade. Eu criei a sua vida após a morte, o seu reino encantado onde você existe absoluta! Um pouco como o mundo que você merece. Então eu poderia continuar amando você, você e suas feridas.



Eu te tornei eterna, A me contemplar com seus olhos enegrecidos, seu salvador. Você vai viver de novo, com amor e beleza que nunca morrerá, suas feridas sempre serão frescas, e seus ossos contorcidos e mutilado como quando te encontrei. Talvez você não será de sentir o meu toque... Mas pela primeira vez.... Nossos fluidos irão se misturar, se confundir. Perfeita comunhão... Meu suor, meu sêmem  môrno. O seu sangue frio ...

Não se preocupe, meu amor.

Eu vou ser tão gentil.... como sempre fui....

terça-feira, 26 de março de 2013

O porão


"Uuugh .. o.. o que me aconteceu ..?"

O homem acordou em um porão e esfregou a testa, gemendo, e fechando os olhos antes de olhar ao redor.

Breu.

Tudo o que ele conseguia se lembrar é de ter ficando bêbado e ir para casa com alguma mulher. Estava escuro, e ele começou a levantar-se, quando se apoiou no chão sentiu algo molhado. Parecia... estranho. Como uma espécie de mistura de pedaços macios e líquido.

Ele deu alguns passos cambaleantes, de vez em quando de ouvir uma espécie esguinho, como se estivesse pisando nas entranhas de alguém ou em alguma coisa encharcada. Encontrando a parede, ele sentiu que em quase toda parte houve algum tipo de líquido.

Depois de tatear pela parede, ele achou um interruptor de luz. Uma luz muito, muito fraca e vacilante invadiu o ambiente. Ele olhou para seus dedos e não aguentou.

Sangue?

As bebidas da noite anterior subiram depressa! Vomitou e gemeu. Então ele viu o chão..... e tentou engolir uma nova regurjitada.

Vômito, sangue, urina, e muitos outros líquidos corporais foram salpicado contra o chão e as paredes. Entranhas e cérebros, entre muitos outros órgãos, foram arrastados e jogados por toda a sala, alguns aparente .. parcialmente comido?!

Novamente, ele não poderia segurar .. HAULLLL! Ele gemeu e estremeceu.

Passos.

Ele ouviu o som de pés batendo no andar acima, e rapidamente desligou as luzes e sentou-se no canto escondido.

Horas se passaram, e ainda, o homem continuou sentado, imóvel, no sangue, urina, vômito e órgãos que coberiam de canto. Suas pupilas se acostumaram à escuridão, e ele quase podia ver perfeitamente. Mas sua mente não estava preparada para um ambiente como aquele.

Quando tudo pareceu calmo, ele resolveu tentar abrir a maciça porta de metal. Estava trancada!! As janelas eram pequenas e gradeadas. Não havia saída daquele lugar.

Passaram-se horas... Ou seriam dias?

Ele começou a ouvir vozes. Disseram-lhe coisas .. coisas horríveis, horripilantes... Vinham de fora da sala? Vinham de sua cabeça? Ele se sentia vigiado, ele ouvia os pequenos risinhos de seu vigia. Estava ficando louco?

Uma noite .. ou qualquer hora que fosse .. ele estendeu a mão e agarrou o estômago de alguém, então devorou-o. Ele começou a engatinhar, silencioso, sereno, e comeu órgãos e tudo o mais que pudesse encontrar.

Finalmente, um dia, de repente ele começou a espumar pela boca. Um chiado de alta-frequência começou a encher a sua cabeça, bloqueando qualquer som, inclusive as vozes. Ele caiu, contorcendo-se, gritando, se contorcendo de dor, rolando na mistura visceral no chão. Sangue começou a se misturar à espuma branca que escorria de sua boca e descia de seu queixo e se integrou à macabra receita daquele lugar.

De repente, o sangue jorrou de sua boca e caiu sobre todo seu rosto. Seus olhos ficaram brancos, sua boca ainda aberta. A espuma finalmente parou, mas agora ela era rosada de todo o sangue que se juntou a ela.

A luz brilhou novamente. Uma mulher nua entrou. Corpo exuberante, cabelo loiro sedoso cobria o rosto e a cabeça. Ela pegou o homem pelos braços, em seguida, arrastou-o, arrastando-o para seu quarto. Hoje será uma noite de prazer.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Estações de Números


Imaginem a situação: Você encontra um rádio amador, e fuçando na frequencia de AM você começa a escutar uma mulher repetindo uma sequencia de números, alguns bips e algumas pequenas melodias durante 24 horas, sem mudanças. O que você pensaria que é? Estranho demais não? Pois é, ninguém até hoje tem uma resposta. Esse tipo de transmissão já é ouvido no mundo todo desde a primeira guerra mundial. Cada país tem suas variações de conteúdo nas transmissões mas ninguém tem uma explicação.




Após o ano de 1.980 época em que os fabricantes tradicionais de transceptores para o Serviço de Radioamador tanto os americanos como os japoneses iniciaram a fabricação de equipamentos cujos receptores passaram a funcionar com uma cobertura total das ondas curtas, ou seja, fazem a recepção em banda corrida desde 1.8 MHz. até os 30 MHz., como resultado desta possibilidade de escuta muitos radioamadores e radio escutas dedicaram-se a explorar as freqüências fora das bandas de radioamador e para surpresa geral encontraram sinais de rádio sumamente estranhos...

Ao sintonizar o receptor do rádio nas freqüências ao redor das utilizadas em ondas curtas, na parte da manhã ou na parte da noite existe sempre a oportunidade de se ouvir um certo número de estações que transmitem números e letras em diversos idiomas, como o espanhol, inglês, russo ou alemão.

Estas estações acabaram ficando conhecidas como "Estações de Números".

As primeiras transmissões das misteriosas "Estações de Números", foram escutadas pelos rádio escutas em princípios dos anos 60, somente mais tarde por volta de 1.980 veio a despertar maior interesse, foi nesta época quando os radioamadores e rádio escutas começaram a observa-las melhor pois dispunham de melhores receptores principalmente os de banda corrida e melhores antenas, sendo também desta época a existência de muita especulação sobre o assunto e sobre a finalidade destas estações, que realmente acabaram gerando muita confusão e muita "fofoca" nos meios Radioamadorísticos.

Qual seria a finalidade destas estações? 
Para quem estariam transmitindo estas estações? 
O que estas estações estariam transmitindo? 
Seriam previsões meteorológicas codificadas? 
Seria talvez parte de um estranho sistema de balizamento? 
As possibilidades de questionamento eram infinitas...

Alguns radio escutas inclusive chegaram a imaginar e afirmar categoricamente de que estas estações com suas transmissões formavam parte de algum projeto secreto para comunicar-se com os "OVNIS", que naquela época estava muito em evidencia.

Mais tarde chegou-se a uma espécie de consenso coletivo na qual estas transmissões seriam mensagens enviadas por diversas agencias de inteligência e espionagem de diversos países para seus agentes em campo aberto, único sistema de contato disponível para comunicar-se com os seus agentes.

Foi nesta mesma época quando os radioamadores e radio escutas mediante as técnicas de seguimento e radiogoniometria realizadas descobriram que os lugares de emissão dos sinais de rádio transmitido pelas "Estações de Números" localizavam-se na antiga Alemanha comunista do leste e também localizaram uma "Estação de Números na Alemanha Democrática do oeste, desta forma existiam estações nas duas Alemanhas, alem de também terem sido descobertas estações com as emissões iguais provindas da Nicarágua, Cuba e assim também de certas bases estadunidenses, com estas descobertas a teoria passou a ser quase uma certeza, sendo que finalmente acabou sendo confirmada por ex espiões americanos e ingleses.

Assim sendo, nesta época alguns dos ex espiões americanos e ingleses aposentados que ao escreverem suas memórias divulgaram em seus livros que as "Estações de Números" fazem parte de um complicado sistema de comunicação e suporte das agencias de inteligência e espionagem que fazem as transmissões destes sinais para enviar certas instruções necessárias aos seus agentes.

Porém, os radioamadores e os radio escutas que possuem o habito de "corujar em" as freqüências se deram conta de que mesmo com a queda do muro de Berlim, com a unificação das duas Alemanhas, com o final da guerra fria, com a falência da antiga União Soviética com a guerra do Afeganistão, com guerra do Iraque e até com a atual globalização estas estações não reduziram suas transmissões como era de se esperar, todas estão transmitindo normalmente ate os dias de hoje, inclusive as estações que se encontram nas duas ex Alemanhas continuam transmitindo com a normalidade de como sempre o fizeram, como que nada tivesse acontecido.

As "Estações de Números" encontram-se desde a parte mais baixa das freqüências como em 2 MHz. e na parte mais alta das freqüências como em 26 MHz., as transmissões são em CW (wikipédia explica aqui) e fonia.

Estas estações podem ser ouvidas a qualquer momento do dia, mais a sua atividade tende a ser maior desde as 00:00 UTC, às 08:00 UTC, caros colegas vocês podem procurar que certamente iram encontrar.

domingo, 17 de março de 2013

ALMA



Essa creepy eu fiz baseada num curta um tanto antigo até... Dessa vez nao postei nenhuma imagem pois uma amiga muito talentosa ficou de ilustrar o texto pra mim. Assim que ela me entregar eu já posto aqui. (Desculpe à ilustradora, eu nao aguentei esperar e vou postar)


Eis o video que inspirou o texto.




Uma menininha brinca sozinha nas vielas desconhecidas do subúrbio da cidade. Como é legal o inverno, ela pensa. A neve dá muito mais diversão Às brincadeiras.

Ela tenta esconder, mas está chateada. Hoje nenhum dos coleguinhas podia sair para brincar. As mães estão assustadas...

Está acontecendo uma onda de desaparecimentos de crianças. As autoridades não temnenhuma pista do captor. Aulas foram suspensas e os parquinhos, antes lotados e barulhentos, estão desertos.

Mas aquela garotinha era corajosa (e desobediente) saiu de casa pela janela do quarto enquanto fingia que estudava. E agora, sozinha na rua, procurava algo divertido para fazer.

A entediada aventureira andando distraída acabou entrano num beco que nunca vira antes, alguma coisa ali chamava a atenção... A curiosidade falou mais alto e ela foi observar mais de perto.

Nesse beco havia um muro todo riscado com inúmeros nomes, que pela caligrafia, eram de crianças. A garotinha viu o nome de alguns coleguinhas e isso a deixou bem chateada. Por que ninguém me falou desse lugar antes? Saudade. Ela não via seus amigos a muito tempo e não entendia bem o motivo. Os adultos nunca contam as coisas para as crianças.

A garotinha encara o muro e uma vontade irresistível  de escrever seu nome ali cresce dentro dela. Por sorte havia um giz ao pé do muro e um espaço bem destacado em branco.

Com todo o cuidado para sua letra sair bem bonita ela começa a desenhar bem devagar...

A.....L.....M.....A....

Ela olha triunfante seu nome bem grande, bem bonito e bem no meio do muro, destacado.

Um estalo  às suas costas a assusta.

Alma não tinha notado... mas havia uma loja naquele beco. Sua fachada era de madeira e a vitrine tinha a forma de uma grande boca aberta com os dentes à mostra. Mas, espera... o que é aquilo? uma... Boneca?

Maravilhada, Alma vê na vitrine uma boneca exatamente igual a ela. Os mesmos cabelos claros curtinho, os mesmos olhos azuis, até as sardinhas no nariz!! A boneca estava usando o mesmo vestido estampado, com botinhas e gorro. Era incrível demais para uma criança!

Ela tenta abrir a porta e para sua frustração está trancada. Tenta e tenta sem sucesso. Frustrada ela pensa "daria tudo para entrar..."

Click...

A porta se abre lentamente...

Alma dá um passo para trás e espera alguém sair. Nada acontece. Ela começa a ouvir bem baixinho, um som distante... alguém chamando pelo seu nome. Alma caminha relutantemente para a porta entreaberta e a empurra devagar. De longe ouve seu nome. A Visão deixou a criança fascinada. Quem a está chamando?

A loja era pequena mas estava cheia de várias bonecas de todas as formas e estilo. Eram todas lindas!

Ela conseguia ouvir o seu nome mais alto, parecia mais perto.

Tentou dar o primeiro passo para dentro da loja mas um forte puxão e um grito a assustou!

ALMA O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI?

Era a sua mãe desesperada! Quando foi levar um lanche para a filha e viu o quarto vazio e a janela aberta saiu em disparada pela cidade.

Alma quase morre de susto. Mas o mais assustador foi ver a expressão da mãe. Será um castigo severo na certa! Tentou mostrar para a mãe a boneca da vitrine mas estava vazia. Em casa, depois da bronca homérica Alma não conseguia parar de pensar na loja. Ao dormir sonhou que as bonecas eram vivas e que elas brincavam a noite toda.

Dias se passam e a Mãe preocupada com o confinamento e a crescente ansiedade da filha, resolve chamar algumas amigas (com seus filhos) para um chá e um momento de bate papo. Assim as mães colocam os assuntos em dia e as criança podem se distrair um pouco.

A assunto dos adultos entre as xícaras de chá e bolachas invariavelmente foi a preocupação pelos desaparecimentos das crianças que até o momento continuava sem explicação. Já entre as crianças, Alma se gabava da sua descoberta daquele lugar maravilhoso. Nenhum dos coleguinhas conheciam aquele beco e muito menos a loja de brinquedos.

O primo de Alma, Pedro, era o mais velho da turminha e disse que no dia seguinte teria de ir ao mercado comprar algumas verduras para a mãe e no caminho aproveitaria para conferir o beco e ver o que mais descobria.

No dia seguinte Alma vê sua tia chegando e desce animada para ter as notícias do primo. Quando chega na sala ve a tia chorando e sua mãe tentando consolá-la. Sem entender bem o que se passava subiu para o quarto e decidiu que ainda hoje voltaria àquele lugar!

Aproveitando que sua mãe, pelo visto, ficaria muito tempo ocupada com sua tia. Alma saiu dessa vez pela porta da cozinha e correu até o beco! Para sua sorte a porta da loja estava aberta e ela entrou confiante. Quantas bonecas, quantos brinquedos mas nenhum atendente, era apenas ela e o silêncio.

Andando devagar ela chuta algo, era o boneco de um meniniho montado num pequeno tricíclo. O boneco parecia movido a corda e começa a pedalar. Alma o coloca no chão para ver até onde ele vai e o boneco dispara em direção à porta que se fecha segundos antes dele atravessar. O boneco fica batendo na porta. Chato! pensou Alma!

Olhando em volta ela vê um bonequinho idêntico ao seu primo Pedro. Ela pega com cuidado e parece que boneco era de corda também, ele ficou mexendo a cabeça para um lado e para o outro, numa constante negação. Alguns bonecos começaram a se mexer também. Ou movimentando a cabeça, outros apenas os olhos, alguns que andavam se juntaram ao boneco do triciclo na porta.

De repende Alma vê a "sua" boneca. Estava lá em cima na prateleira, e olha que legal! até mudaram a roupinha dela. Está igual a minha de novo! Sem pensar duas vezes Alma começa a escalar as prateleiras mas está difícil alcançar a boneca. Ela se estica, estica e com muito esforço consegue tocar a boneca...

Silencio...
Escuro...

Alma "acorda" mas algo está errado ela não consegue se mexer. Parece que ela está atrás de um vidro, sua visão está estranha... Há um pequeno espelho na parede contrária e para seu desepero ela vê apenas a "sua" boneca. Ela demora para entender mas se dá conta que... Ela É a boneca!! As outras bonecas encaram a recém chegada, e, apesar de não terem expressão, você poderia ter certeza que elas estavam todas.... chorando...

Um click.
As bonecas ficam agitadas...
Algo se move na vitrine... Tem uma nova boneca...

Uma garotinha ruiva de vestidinho florido corre atrás do seu cachorrinho que fugiu. Ela entra num beco, mas que nunca viu antes... O cachorrinho sumiu, só há um velho muro com vários nomes escritos... pela caligrafia parece ser de crianças... Cresce na ruivinha uma vontade enorme de deixar seu nome ali também... Olha que sorte! Tem um giz bem ali!
Tem um espaço bem destacado bem no meio do muro e é ali mesmo que ela põe sua marca!

Um estalo às suas costas a assusta. Quando ela se vira para a vitrine fica impressionada! Tem uma loja de bonecas aqui? Olha! Essa boneca é igualzinho a mim!!!

sexta-feira, 8 de março de 2013

Rosana parte 1


Existe uma história numa certa cidadezinha interiorana que existia uma menina "diferente". Coisas inexplicáveis e estranhas aconteciam ao seu redor constantemente. Todos da cidade diziam que sua mãe tinha feito um pacto com o diabo no dia de seu nascimento. Sua mãe, Abgail, pode-se dizer que era a curandeira da cidade (mas era mais procurada -em segredo, lógico- por pessoas que procuravam causar o mal à um desafeto, ou que procurava por vingança ou um jeito de prender um amor não correspondido) ela era muito cruel, perversa e odiada por toda a cidade. Já essa menina "diferente", Rosana, era bondosa, meiga e delicada.

Abgail era cruel

Rosana era maltratada diariamente por sua mãe que lhe batia, gritava, castigava . Não era diferente para a pobre moça fora de casa. Na cidade era hostilizada pelo moradores, expulsa de lugares públicos e constantemente insultada pela rua.

Rosana sempre viveu em solidão


Apesar da solidão e pesar no coração Rosana tinha bondade em si. Ela sempre ajudava os mendigos e cuidava dos loucos, os únicos que não a maltratavam. Ela tinha um lugar secreto - que toda criança têm -  era um grande roseiral que ficava escondido em um terreno abandonado nas margens da cidade que ela descobriu por acaso e desde então cuidou e cultivou sem que ninguém desconfiasse. As rosas vermelhas eram as suas preferidas. Para Rosana seu jardim era a única beleza que existia em sua vida e única fonte de bem estar e prazer. Era onde passava grande parte dos seus dias a chorar seu sofrimento solitário e desabafar com seu único amigo.



Sallos era o único que entendia Rosana, ele era um menininho pálido, cabelos pretos e olhos completamente negros. Rosana achava estranho ele sempre usar vestido (sua mãe falava que se chamava toga) mas não se importava muito.

Eles sempre brincavam juntos, e quando alguma outra criança maltratava Rosana, Sallos a defendia. Ele pregava muitas peças nas crianças, lhes dava sustos e sempre falava que "ia comer a alma" daquele menino abusado ou daquela menina mimada que magoava sua amiga. Rosana nunca entendeu e achava graça.

O mais legal de Sallos é que ninguém podia vê-lo, apenas Rosana e Abgail.
Únicos amigos

O tempo passa e Rosana conta agora com 15 anos. Pouca coisa mudou nos últimos anos. Os maus tratos, a tristeza permaneciam uma constante. Sallos estava cada vez mais estranho, sempre falando coisas ruins, de vingança, de maltrato aos outros, de morte. Rosana tinha medo e não se deixava contaminar pelo ódio de seu amigo. Ela tinha esperanças de sair daquela cidade miserável e começar a vida do zero em outro lugar longe dali! Até que em certa noite algo assustador aconteceu...

Rosana acorda suja de sangue. Sua cama e seus lençóis estavam tingidos de vermelho. Ela grita desesperada pela mãe. Quando Abgail entra no quarto com uma expressão severa pronta para mais uma bronca, ao ver o sangue na cama, seus olhos brilham de satisfação.

"É a sua menarca, Rosana. Finalmente chegou a hora do ritual"

A menina é arrastada até a mesa da sala e amarrada e amordaçada. Abgail começa a andar pela casa juntando quinquilharias para o ritual balbuciando algumas palavras numa língua estranha. Sallos apenas fica ao pé da mesa olhando fixamente para Rosana, seus olhos tinha a cor de brasa viva e ele ostentava um sorriso perverso. Rosana apavorada, olha suplicante para sua mãe, jamais viu o seu rosto daquela forma tão deformada. Um misto de prazer, ódio e pura maldade.

Abgail sussurra no ouvido da filha:
-15 anos aturando sua existência miserável. Finalmente valerá a pena, sua criança imunda! Irei tomar para mim sua juventude e voltarei a ser vigorosa e bela mais uma vez!! E começa a rir descontroladamente.

Sallos então completa:
-Quando você nasceu, sua querida mamãe consagrou sua alma à mim, Sallos poderoso Grande Duque do inferno, que comanda trinta legiões de demônios, em troca de poder, conhecimento e juventude. Não há nada que você possa fazer, seu sofrimento está apenas começando."



A voz de Sallos não soou meiga e infantil como sempre fora. Dessa vez soou gutural e demoníaca, era como se todas as legiões de demônios falassem pela mesma garganta.

Rosana não teve reação encarou o sorriso malicioso de Sallos, seu único amigo, o único que a entendia, o único que a aceitava... Na verdade ele estava fingindo o tempo todo! Rosana desistiu de lutar. Fechou seus olhos e lembrou de todos a mágoa que vivera até ali. A vida é cruel, as pessoas são cruéis. Por que tentar ser boa se tudo o que aprendeu foi sofrimento. Todos.... merecem... paguar....

E a minha moeda será em sangue.

Um crescente ódio tomou conta de sua mente e seu corpo e ela fez algo que até então temia profundamente. Deixou o ódio fluir. Em sua mente ela pediu com todo o desprezo e raiva acumulados para Sallos que se ele quisesse almas, que a poupasse. Rosana ouve apenas uma risada.

Em cidadezinhas pequenas não há muito o que fazer, os jovens inventam diversões com o que lhes é disponível. E sempre escolhem as mais perigosas. A diversão naquela noite era atazanar a noite da velha bruxa e sua filha estranha. Eles chegam de mansinho pela escuridão da noite. O grupo de 5 adolescentes querem pregar uma peça e jogar bombinhas dentro da casa. Quando estão chegando perto elas ouvem os gritos de Rosana e uma movimentação estranha.

Atônitas elas observam escondidas na janela Rosana amarrada numa enorme mesa e a velha bruxa correndo pela casa e pegando vários objetos estranhos, depois os organizando em volta da mesa, fazendo desenhos estranhos nas paredes, no ventre de Rosana e embaixo da mesa.



O grupo estava assustadíssimo quando para sua surpresa Rosana simplesmente se solta das amarras da mesa e investe contra a sua mãe com olhos de puro ódio animalesco.


CONTINUA.....

segunda-feira, 4 de março de 2013

Análise de filme: Faces







Hyun-min trabalha para a polícia como perito em reconstruções faciais, examinando, remontando e interpretando crânios. Sua filha sofre de problemas cardíacos e é submetida a um transplante de coração, e como sua condição se deteriora, perde o interesse em seu trabalho. Hyun-min suspeita de que a doença de sua filha depois que a operação é causada pelo coração, embora seu médico, Dr. Yoon, diga-lhe que sua filha está passando por complicações pequenas e previsíveis.



Atormentado, Hyun-min encerra seu trabalho para cuidar de sua filha de tempo integral. Enquanto isso, a polícia está lidando com uma série de casos de assassinatos bizarros, onde a vítima teve todo o seu corpo dissolvida com ácido, deixando apenas os ossos para trás. Sun-jovem traz o crânio da vítima quarto para Hyun-min, na esperança de que ele vai ser capaz de reconstruir o rosto. Com o crânio em sua casa, a sua filha começa a experimentar visões de uma mulher perturbada com uma túnica branca.



Hyun-min reconstrói o rosto da vítima, e logo descobre que todos eles sofriam de uma doença (fictício), conhecido como 'beta-alergia ". Testes revelam que a filha Hyun-min tem a doença, o que significa que ela pode ser a quinta vítima. 

Romance floresce entre Hynu-min e Sun-young, e durante suas investigações, eles descobrem uma conspiração de transplante de órgãos: As vítimas de assassinato foram mortas por partes de seus corpos, e torna-se evidente que o Dr. Yoon sabe mais do que ele está deixando diante.

Nota do filme: 8/10


Esse filme vale a pena ser assistido. O desenvolvimento da trama tem um ritmo próprio mas muito adequado. Os fatos e acontecimentos surgem no momento certo e o climax se mantém durante todo o filme. Os personagens são muito bem construídos, e fugindo um pouco dos padrões de filmes orientais (principalmente coreanos) a interpretação dos atores é fantástica.



É muito bacana como é retratado o ofício da perícia em crânios, os procedimentos são mostrados de forma bem detalhada mas sem deixar o filme enfadonho. O filme te mantém interessado, durante toda a ação do filme ainda tem essa "novidade" para acrescentar.



As cenas de terror propriamente ditas são espetaculares. Todos sabemos que os filmes orientais trazem um terror mais psicológico que cenas chocantes. Esse filme não foge à regra, as aparições do fantasma da mulher, os sonhos de Hynu-min são de uma carga emocional pesada e condizentes com a trama.



O final do filme não é surpreendente, mas também não é 100% previsível, eu fui pego de surpresa em algumas revelações derradeiras e elas fizeram todo o sentido no contexto. Não senti nenhuma ponta solta ou  nenhuma ideia forçada, deslocada no enredo.

O filme está dispónivel no Netflix =)