quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Aquele canto...



Em quase todos os prédios, há um canto, um pequeno recinto que ninguém olha. É o canto no porão, que foi bloqueado por um sofá em desuso há anos, o espaço fino entre a parede e as pilhas e pilhas de caixotes cheios de lixo que você nunca usa, mas nunca poderia jogar fora, aquele pequeno vão que fica atrás daquela estante velha. O espaço que não vê luz do dia, ou qualquer outro tipo de luz. Onde a escuridão não se limita a dominar, mas praticamente escorrer para fora em torno das bordas de sua prisão.

Ninguém sabe ao certo quanto tempo um espaço deve permanecer escondido para que adquirira essa propriedade especial, nem se existem condições específicas que devem atender. Mas é uma ocorrência muito mais comum do que você imagina.




Em prédios mais novos, quando isso acontece, os moradores relatam sentir frio. Muitas vezes, quando passam perto, mesmo em sótãos durante o mais quente do verão lhe sobre um calafrio. Sempre pensam em tomar uma espiada para ver se há alguma coisa realmente lá, mas um medo instintivo, não natural os apreende, e logo eles saem da sala rapidamente, se não correndo. Uma vez deixado para trás, o sentimento passa, e é rapidamente esquecido, ou causa risadas.



O que realmente acontece nestes santuários esquecidos de escuridão? É impossível dizer. Muitas das vezes esses “cantos” quando observados acabam revelando absolutamente nada, enquanto que algumas almas corajosas perderam sua sanidade justamente por nada mais do que um olhar inoportuno na hora errada. A coisa mais segura a fazer, quando encontradas com tal fenômeno, feche seus olhos, retire o que estiver cobrindo a área em um único movimento, em seguida, segure firmemente o que você se afastou. Não importa o que você ouça ou sinta, não chegue perto, não olhe ao redor, e não tente tapar seus ouvidos. 


Você pode ser um dos sortudos.


Um comentário:

Mari Rossi disse...

Caramba. Acho que aqui em casa é tudo iluminado. Mas tem fundamento. xD