terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Análise de filme: Into the Mirror





O ex-polícia Yeong-min era conhecido e renomado pelas suas façanhas na corporação e principalmente pela sua perícia em tiro. Contudo em uma situação de reféns em que  por erro, culminou na morte de seu parceiro. Culpado e assombrado pelo passado ele se entrega à solidão e ao alcoolismo.


Em breve ocorrerá a reinauguração de um grande centro comercial, palco de um terrível incendio anos atrás. Yeon-min é chefe de segurança do complexo, por um favor de seu tio que lhe oferece o cargo. Mas alguns dias antes do grande evento ocorre uma morte misteriosa de uma funcionário no banheiro. A polícia está convencida de que se tratou de um suicídio, mas a intuição de Yeon-min e sua experiencia dizem o contrário. Até que começam a ocorrer uma série de mortes misteriosas. A mídia dá ampla cobertura ao caso, a policia está sem rumo enquanto isso Yeong-min resolve investigar por conta própria. Seu caminho se cruzar com um antigo colega que o despreza e o culpa pela morte de seu antigo parceiro. Com a sucessão de mortes a má propaganda cresce exponencialmente. Pressionado por seu tio para reabrir o centro comercial, Yeong-min é obrigado enfrentar as suas inseguranças. Na resolução deste caso, estará a sua redenção e a realização de que afinal, Yeong-min ainda é um bom polícial.



Durante as investigações Yeong-min se depara com um grande segredo que envolve funcionários, diretores do centro comercial e até seu tio. E em meio à tudo isso descobre que espelhos são muito mais que aparentam e que a morte nem sempre é o fim.

O filme trás algumas teorias bacanas, como da fragmentação da personalidade. E introduzido a idéia de que certas pessoas, ao passarem por experiências traumáticas se dissassociam de si mesmos. E veem no espelho um outro "ser" e não se reconhecem mais como indivíduos ao olhar para seus próprios reflexos.



Trás também uma teoria mais espiritual que diz que existem duas realidades e e dois "eus". O seu reflexo é na verdade uma outra versão de si vivendo em outra realidade. E que quando um morre, o outro pode sobreviver. Mas quando isso acontece é impossivel ver seu reflexo em espelhos.



Os filmes coreanos investem muito de psicologia, sons, e sequências de ação implícitas ao invés de uma abordagem chocante e direta. O Gore é uma ótima ferramenta, mas o diretor deste filme Kim Sung-ho faz um trabalho incrível de se concentrar em estilo e poesia através de movimentos, e você realmente ter uma profunda sensação de escuridão e paranóia. Pode render uma boa reflexão ao compará-lo com "Espelhos do Medo"

Achei a abordagem interessantíssima, eu mesmo morro de medo de teorias e lendas envolvendo espelhos. Mas apesar da grande possibilidade narrativa, o filme não foi bem aproveitado. As teses acerda da outra realidade e do "outro eu" não foram tão bem exploradas e ficou como um plot superficial e secundário. O desenvolvimento dos personagens e a atuação dos atores também não convencem. O protagonista é devagar e demora a reagir à situação.

Porém, fazendo jus ao nome, o uso dos espelhos foi muito bem aproveitado os efeitos visuais e a fotografia são impecáveis e apesar da morosidade da história a paranóia e o terror psicológico se fazem bem presentes.

Nota do filme: 6/10


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