sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

O cavaleiros do apocalipse


Texto feito à pedido (mais um desafio, na verdade) de [Hannibal], adm da página Erro 404 =)


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Todos conhecemos, ou pelo menos já ouvimos falar da guerra de canudos. Ela ocorreu por volta de 1897, no interior do sertão nordestino. Os acontecimentos e fatos históricos desse massacre estão documentados em inúmeros livros didáticos. Contudo, existe uma história que apenas os anciãos sabem.... e a temem...

Milhares de sertanejos, miseráveis, ex-escravos rumaram para a terra prometida de Antônio Conselheiro. Mas é claro que dentre tanta esperanças de um novo recomeço e uma vida mais digna, haveria muito oportunismo.



E foi justamente isso que levou até os portões de canudos 4 irmãos que eram temidos por sua cobiça, crueldade e frieza. Seus nomes foram riscados da história, mas os mais velhos os chamam de os 4 cavaleiros do apocalipse. Todos evitam falar desses personagens pois acreditam que a mera menção atrai mau agouro.

Em outras regiões do Brasil existem lendas de criaturas que cospem fogo nas noites escuras. Alguns falam em mula-sem-cabeça, outros em boi-tatá, e até mesmo o curupira. Mas na vastidão da caatinga todo cangaceiros sabe que avistar um fogo misterioso à noite é sinal de danação e morte.

Todos sabemos que na época correu a notícia que Canudos estava se armando e se fortificando para atacar cidades vizinhas até chegar à capital para depor o governo. Mesmo sem provas contretas o clamor social acabou levando a República a agir enviando expedições para tomar Canudos. Duas expedições foram derrotadas o que gerou uma histeria na população e legitimou o uma reação extrema do exército, que culminou num massacre sem precedentes.



Poucos sabem que tais fatos ocorreram por culpa dos 4 irmãos renegados. Eles em sua cobiça por riquezas e fome de crueldade, atacavam latifundios, diligencias, vilarejos de forma rápida e cruel. Matavam crianças, estupravam mulheres e roubavam tudo de valor que viam pela frente. 

Aos poucos as pessoas foram associando o quarteto à canudos. O que culminou nos ataques do exército à cidade. Na primeira e segunda expedição, que foram derrotadas. O quarteto deixou fluir toda a sua sede de sangue, sendo grandes pivôs para as vitórias de Canudos. Eles sozinhos lutavam e principalmente matavam como um pequeno exército.



Porém eles causavam terror tanto aos inimigos quanto aos aliados. Enquanto matavam e feriam ficava estampado em seus rostos, tal como uma vibora, um sorriso maníaco e a expressão de puro prazer em seus olhos. Eles não distinguiam suas vítimas e matavam tanto sertanejos como soldados.

Antônio Conselheiro temendo pela segurança de seu povo, e sabendo das histórias que corriam sobre o quarteto resolveu expulsá-los da cidade. O que foi fácil, pois ele já tinham juntado uma grande quantia de ouro, joias e artigos valiosos.



O quarteto desaparece na imensidão do sertão, a população de Canudos respira aliviada, porém a notícia chega até os oficiais do exército que tomados de repentina coragem ante a ausência dos 4 cavaleiros do apocalipse resolvem investir novamente contra seu inimigo.

Uma enorme expedição é formada e segue para canudos. Um grupo de batedores foram na frente para aprontar acampamento e vigiar se não haveria problemas. Mal sabem eles que encontrariam O quarteto na noite fria do sertão. A pequena expedição levantara acampamento e os soldados tentavam descansar apreensivos com o embate que os esperava. Todos estavam meio nervosos e assustados.Eles sentiam que estavam sendo observados, vigiados. E estavam certos.

O quarteto viu ao longe o acampamento e resolveram fazer uma tocaia. Deixaram seus cavalos carregados de riquezas escondidos e foram à pé chegando sorrateiramente pela sombra e cercaram o acampamento e de surpresa atacaram com toda a sua fúria, somente pelo prazer da matança. A luta foi cruel e rápida. O quarteto dizimou a pequena comitiva em pouco tempo sem muito esforço. O acampamento estava em chamas e eles riam da fraqueza de seus inimigos.

Contudo a fumaça chamou atençao do destacamento maior que se mobilizou e surpreendeu o quarteto enquanto festejavam sua vitória. Os irmãos não tiveram a mínima chance, mas ainda sim lutaram como animais selvagens até o derradeiro abate.



Suas cabeças foram decepadas e seus corpos lançados às chamas. As cabeças foram enterradas em algum lugar desconhecido. A expedição, agora com a moral elevada e os soldados sem temer ao terrível quarteto segue para Canudos, que agora não tinha nenhuma chance, e a destroem, como contam todos os livros de história. O sertão estava livre dos 4 cavaleiros do apocalipse. Será?

Dizem os antigos que nas noites mais escuras é possivel ver um fogo misterioso. Muitos dizem já ter visto de perto 4 cavalos de um fogo azulado montados por fantasmas sem cabeça.  Eles acreditam que são os fantasmas dos 4 irmãos. durante a batalha que os matou os cavalos se assustaram e correram sem rumo pelo sertão espalhando todo o ouro e joias roubados e que os irmãos ao chegarem no inferno cobertos de sede de vinganças, de crueldade e cobiça pelo ouro, fizeram um acordo com o próprio diabo. Eles coletariam almas e matariam inocentes enquanto procurariam por toda a caatinga pela sua riqueza perdida.



Quando um sertanejo incauto encontra uma moeda de ouro no chão e a pega para si, à noite receberá a visita dos 4 cavaleiros do apocalipse que roubarão a moeda de volta e tudo que houver de valor. Antes de partirem, apesar de qualquer pedido de clemência, eles cortarão a cabeça do azarado em vingança ao que lhes foi feito no passado e a levarão consigo.

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